Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P.

Projecto : “Unidade de Terapia Familiar (UTF)”    (Versão 4.0)

CONSULTA DE TERAPIA FAMILIAR

Coordenadores:      

Alexandra Alvarez Alexandre, Terapeuta Familiar (Técnica de Serviço Social, Terapeuta Familiar e Membro Efectivo da SPTF a exercer funções no Departamento de Estudos e Planeamento da ARS do Algarve, IP.

Pedro Manuel Teigão, Terapeuta Familiar (Assistente Graduado de Medicina Geral e Familiar, Terapeuta Familiar e Membro Efectivo da SPTF a exercer funções de coordenador na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Quarteira.

Autores: Alexandra Alvarez Alexandre e Pedro Teigão

Última actualização: 20 de Fevereiro de 2010

 

Nota Prévia

A inexistência de oferta de consultas a famílias em crise e a consequente necessidade da Intervenção sistémica e da terapia familiar na região do Algarve no sotavento algarvio tornou imperativa a criação deste Serviço.  Tanto os pedidos de apoio das famílias como dos próprios profissionais que com as mesmas trabalham incitaram a que fosse criado um serviço adaptado a necessidades resultantes de inúmeras contingências inerentes à actual sociedade. Estão neste rol de situações, as vivências experimentadas pelas famílias reconstruídas, monoparentais, com excesso de ocupação profissional por ambos os progenitores, escassos programas de ocupação de tempos livres para os mais novos, sensação de dever não cumprido perante as solicitações diárias que surgem, entre outras.

O carácter bio-psico-social e comunitário deste tipo de intervenção torna-o dependente de uma participação de várias instituições e organismos tais como, serviços de saúde (Médicos de Família - Cuidados de Saúde Primários – ARS do Algarve), Câmaras Municipais, Tribunais de Família e Menores, Instituições de Acolhimento, Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, entre outras.

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

1 -

INTRODUÇÃO

 

2 -

O PROCESSO DE MUDANÇA

 

3 -

FUNDAMENTOS E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROJECTO

 

4 -

CARACTERÍSTICAS DO PROJECTO

 

4.1 -

Denominação da Iniciativa

 

4.2 -

Constituição da UTF

 

4.3 -

Horário de Funcionamento da UTF

 

4.4 -

Objectivos Gerais

 

4.5 -

Necessidades de Saúde

 

4.6 -

Instalações

 

4.7 -

Equipamento

 

4.8 -

Aspectos gerais organizativos

 

4.9 -

Sistema de informação

 

4.10 -

Colaboração com os utentes e a população em geral

 

4.11 -

Formação contínua

 

4.12 -

Participação na formação pré e pós graduada

 

4.13 -

Garantia de qualidade

 

4.14 -

Actividades de investigação

 

4.15 -

Resultados esperados

 

4.16 -

Avaliação

 

4.17 -

Calendarização

 

4.18

4.18 - Despesas com Funcionamento e Equipamento

 

 

Nota Final

 

 

1 - INTRODUÇÃO[a1] 

A partir dos antigos e saudosos centros de saúde foram criadas as modernas Unidades de Saúde Familiar e Unidades de Cuidados de Saúde personalizados e, tal como existem actualmente, têm como base organizacional e funcional a medicina geral e familiar como especialidade médica.

A Medicina Geral e Familiar tem como característica essencial a visão/pensamento/método bio-psico-social e sistémico, em todas as suas actividades de intervenção nos contextos do indivíduo, da família, da empresa, da escola e da comunidade em geral.

            A acessibilidade ao médico de família é uma justa reivindicação dos utentes/clientes, essencial à construção de uma relação personalizada, confiante e segura, que possa partir para uma dimensão familiar e comunitária.

            Ao médico de família (especialista de medicina geral e familiar) compete oferecer uma grande variedade de cuidados de saúde, cada vez em maior número, promover a ligação a outros serviços de saúde e supervisionar todos os serviços/cuidados prestados por outros aos seus utentes.

            A existência de Unidades de Saúde Familiar (USF) e/ou Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP)) podem ser excelentes interfaces entre as famílias em crise e este recurso novo que terão ao seu dispor, a UTF.

            A continuidade de cuidados, a sua boa gestão e a visão sistémica de todo o processo, serão a garantia da adesão e da confiança crescente dos utentes/ clientes face ao seu médico de família, à equipa de saúde, à USF, à unidade de saúde e por fim a todo o sistema de saúde.

            Mas o médico de família não pode atingir todos estes objectivos sem estar integrado numa equipa pluridisciplinar (médico, enfermeiro, assistente social, secretário ou USF, etc.), que de uma forma coordenada potencie esses objectivos. O médico de família, para ajudar os utentes e suas famílias a resolverem os seus problemas e ou crises, pode e deve utilizar outros recursos do centro de saúde, de outros serviços de saúde, e da comunidade em geral.

A Administração Regional de Saúde do Algarve tem, desde Junho de 2007, ao dispor dos médicos de família e das USF e UCSP, uma consulta de referência destinada a atender famílias em crise, estes verão uma saída para a resolução de muitos dos problemas com que são confrontados todos os dias e para os quais não encontravam solução, como motivos de consulta que não são mais do que representações somáticas ou subjectivas de sofrimentos pessoais reflectindo outros originados no seio da família ou nelas amplamente vividos e ampliados.

            As unidades de saúde, ao dispor de uma consulta destinada a famílias (terapia familiar), vai melhorar a qualidade da sua intervenção social e comunitária apoiando e ajudando as famílias em crise a encontrarem um caminho de estabilidade, harmonia e funcionalidade.

            Ao ser proporcionado este apoio às famílias, estas irão melhorar de forma definitiva a imagem que criaram da sua unidade de Saúde, dos serviços de saúde e dos serviços públicos ou privados envolvidos neste projecto.

 

2 - O PROCESSO DE MUDANÇA

            O processo de mudança proposto passa por progressivamente devolver às famílias a sua competência e capacidade em ultrapassar as suas crises e por vezes apoiá-las na resolução dos seus problemas.

 Acreditar e fazer acreditar na importância da funcionalidade das famílias como primado organizacional de uma sociedade centrada na própria família.

A UTF trará às famílias e a quem com elas trabalha:

Mais disponibilidade às famílias porque são elas os principais cuidadores dos doentes/pacientes, criando um espaço de diálogo e funcionalidade familiar.

Mais acessibilidade, tendo em conta que quem trabalha com famílias em crise (assistentes sociais, tribunais, comissões, unidades de saúde etc.) terá conhecimento deste novo recurso e poderá facultá-lo de uma forma rápida e simplificada.

Menos serviços/cuidados prestados na área da saúde e outras porque famílias em crise consomem mais consultas nas unidades e noutros serviços e que após solucionada a crise estas necessitarão menos destes serviços.

Mais colaboração com os restantes profissionais de saúde e interventores comunitários mantendo a referenciação nos dois sentidos não descurando nunca os dados ou factos confidenciais assim classificados pelas famílias.

3 - FUNDAMENTOS E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROJECTO.

Alexandra Alvarez Alexandre e Pedro Manuel Teigão, na qualidade de terapeutas familiares, desenvolveram uma consulta de terapia familiar, consulta experimental, no Centro de Saúde de Loulé e extensão deste em Quarteira, de Janeiro de 2000 a Junho de 2005, a primeira em regime de voluntariado e o segundo ao abrigo de dispensa de serviço, ambos pelo período de 12 horas/mês.

A criação da consulta teve origem na constatação da necessidade das famílias serem apoiadas nos seus percursos, sobretudo em situação de crise e sofrimento. É de referir que as consultas de terapia familiar desenvolvidas, tiveram uma dinâmica relacionada com as necessidades evidenciadas pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Faro e Loulé, por Médicos de Família do Centro de Saúde de Loulé e pelo Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital Distrital de Faro, surgindo como uma resposta possível num quadro de apoios reduzidos ao nível de consultas de psicologia e pedopsiquiatria.

A consulta pretendeu ser um espaço diferenciado ao nível das intervenções que existem na região do Algarve, e foi realizada através da construção de um diálogo entre os terapeutas e a família que se encontrava em sofrimento por um problema que se sentia impotente para resolver sozinha, entendendo-se por família o conjunto de elementos que integram o agregado familiar que apresenta o sintoma, bem como, os familiares que interagem com os referidos elementos.

O papel dos terapeutas e foi o de facilitadores da comunicação, evidenciando as competências da própria família e activando a sua participação na resolução dos seus próprios problemas.

Inicialmente a consulta integrou-se na componente prática da formação em Terapia Familiar dos dois Terapeutas, pelo que existia supervisão da mesma pela Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar.

Após a conclusão da formação por ambos, dada a importância da consulta e a sua aceitação tanto pelas famílias, como também pelos Técnicos dos Serviços que realizam os encaminhamentos, a mesma continuou por mais um ano.

Existe a convicção de que a consulta familiar se reveste de grande importância e satisfação para as famílias e serviços envolvidos no seguimento das mesmas, contudo, a sua continuidade remeteu para a necessidade de uma resposta institucional, com um serviço vocacionado para o efeito e amplamente divulgado, e com terapeutas familiares afectos à mesma. Ou seja, tendo a consulta vindo a dar resposta a casos dos concelhos de Faro e Loulé, em instalações da Administração Regional de Saúde - Centro de Saúde de Loulé, afigurou-se importante que poderem vir a  ser definidos moldes de intervenção integrada, com definição do sistema de funcionamento adequado.

4 - CARACTERÍSTICAS DO PROJECTO

O Projecto “Unidade de Terapia Familiar” é um novo serviço de saúde criado no âmbito da ARS do Algarve, IP., entidade que tutela a unidade assim como suporta os seus custos de funcionamento.

4.1- Denominação da Iniciativa                        

Unidade de Terapia Familiar (UTF)

4.2 - Constituição da UTF

A Unidade de Terapia familiar é constituída por equipas de dois Terapeutas cada.

No arranque do funcionamento regular da UTF esta dispôs de uma única equipa de terapeutas.

Actualmente, a Unidade dispões de mais Terapeutas, o que permitiu aumentar o número de equipas. A contratualização depende de:

Dimensão da procura deste serviço, por parte dos técnicos de saúde e entidades envolvidas no trabalho com famílias,

Número de terapeutas disponíveis para integrar no Projecto.

Disponibilidade financeira da entidade que tutela a UTF.

A unidade dispõe de apoio administrativo

4.3 - Horário de Funcionamento da UTF

As consultas decorrem às segundas, quartas e sextas feiras entre as 17h e as 22h, por se considerar que é no período pós laboral e escolar que as famílias têm mais oportunidade de beneficiar de um processo terapêutico, podendo vir a curto prazo ser alargado às quintas feiras.

O atendimento fora das consultas, para as famílias e referenciadores será feito por:

Telefone, directamente para os coordenadores ao longo de todos os dias úteis.

Por correio electrónico.

Por Internet, através da página da UTF,  www.terapia-familiar.net

4.4 - Objectivos Gerais

Partindo da premissa de que a família é o núcleo básico e essencial de uma sociedade organizada, justa e mais humana, todas as intervenções que visem ajudar e apoiar as famílias a lidarem melhor com alguns dos problemas com que se deparam, estão de certa forma a contribuir para uma sociedade mais harmoniosa e feliz.

A criação de uma unidade de terapia familiar na ARS do Algarve, IP., proporciona a todos os profissionais que apoiam ou trabalham com famílias, um recurso importante no sentido activar as competências de cada família e de cada um dos seus elementos e assim contribuir para a manutenção da família como principal sustentáculo e garante do bem estar de todos os seus elementos.

 

4.5 - Necessidades de Saúde

Não existem dados estatísticos reveladores do número de famílias ou casais que necessitam do apoio de profissionais de saúde preparados para o efeito. No entanto, existem alguns dados indirectos que nos dão uma noção dessa realidade.

Todos os médicos de família têm a percepção de que as famílias inscritas nas suas listas de utentes passam, por vezes, por crises para as quais, a maior parte delas, possuem competência para as resolver sem necessidade de recorrer a ajuda exterior.

No entanto existem algumas famílias que vivem em crise e que necessitam e pedem ajuda para evitar que todos os seus elementos sofram e criem problemas individuais insolúveis.

Em termos sociais os apoios prestados às famílias também devem ser mais abrangentes e com uma visão cada vez mais sistémica. Ou seja, o problema da menor integração de uma criança no seu meio escolar, de uma família na rede de vizinhança, de um dos progenitores ou ambos aceitar o seu papel, até as dificuldades financeiras ou até a problemática das dependências deverão ser enquadradas no seu factor relacional com todas as outras áreas da vida das famílias.

A experiência conduz a que se conclua que a cada questão podem estar associadas diversas situações que são responsáveis pela primeira, ou são o seu resultado, ou surgiram por inerência, pois nada acontece por acaso.

Sente-se a necessidade da existência de alguém que com disponibilidade e preparação possa ajudar de alguma forma estas famílias.

4.6- Instalações

A UTF do Algarve possui instalações próprias, situadas num andar da ARS do Algarve onde funciona, igualmente, a Direcção Regional do Internato Médico de Medicina Geral e Familiar. O espaço é excelente, pois dispõe de duas salas contíguas. A sala de assistência em directo é insonorizada e dispõe de um espelho unidireccional, destinando-se preferencialmente à formação de profissionais de saúde ou das áreas humanas e sociais que se registaram como referenciadores da Unidade ou que poderão vir a constituir-se como tal, integrados em programas de formação e/ou protocolos de formação elaborados conjuntamente com a ARS do Algarve, SPTF, UTF, e as entidades responsáveis pela formação dos interessados. Esta sala é igualmente utilizada para arquivo e apoio administrativo à UTF.

As consultas funcionam numa sala ampla que pode converter-se em dois espaços distintos devido à existência de uma divisória com portas de fole.

As instalações estão localizadas centralmente e dispõe de acessos directos, possibilitando discrição às famílias.

4.7 - Equipamento

Na criação desta Unidade existiu a preocupação de dotá-la de instalações e equipamentos que facilitem a intervenção terapêutica e a prática da investigação e formação, de entre as quais destacamos:

- Espelho unidireccional em sala de visionamento que permite a supervisão das sessões e o treino dos terapeutas familiares em formação;

- Telecomando dos movimentos da câmara de vídeo de forma a captar imagens que podem auxiliar a compreensão de expressões e emoções assistidas em directo;

- Possibilidade de ser estabelecida comunicação com os terapeutas que estão em consulta sem interferência;

- Sistema de vídeo gravação com qualidade de imagem e som e arquivo confidencial em DVD;

- Bibliografia de apoio.   

4.8 - Aspectos gerais organizativos

            A UTF (Unidade de Terapia Familiar) é co-coordenada pelos Terapeutas Familiares fundadores Alexandra Alexandre e Pedro Teigão, sendo que a primeira é a interlocutora privilegiada com os serviços sociais, escolares e legais, e o segundo o interlocutor privilegiado para a área da saúde.

4.9 - Sistema de informação

O trabalho com famílias conduz os terapeutas a tomarem conhecimento de factos e aspectos da vida privada destas, de grande intimidade, não sendo possível nem ético quebrar a sua confidencialidade. Assim, não será possível registar dados para um sistema de informação que, de alguma forma, possam identificar as famílias no todo ou mesmo um dos seus elementos.

O sistema de informação tratará de números estatísticos globais como:

Número de famílias tratadas ou em tratamento,

Tipo de famílias,

Número de elementos das famílias envolvidos e idades,

Tipo de pedidos, problemas sentidos,

Número de horas gastas em consultas, por equipa de terapeutas, por família etc.,

Números de horas gastas em revisão e estudo de casos,

Número de horas gastas em formação e supervisão,

Número de horas gastas em autoavaliação,

Outros…

 

4.10- Referenciação

A divulgação da existência da UTF será orientada exclusivamente para as entidades, públicas ou privadas, que no terreno trabalham com as famílias, tornando-se mais um recurso destas.

A frequência desta consulta possui, preferencialmente, uma referência prévia realizada por um Técnico que se constitui como referenciador do Serviço, no entanto é possível a auto-referenciação via e-mail por famílias que consideram ser importante beneficiarem deste tipo de intervenção.

Previa-se que o médico de família fosse o mais frequente referenciador, no entanto, os Técnicos das áreas sociais, os Tribunais de Família e Menores e as próprias famílias também têm tido um papel bastante activo na referenciação de famílias.

A Unidade de Terapia familiar possui um link na página da ARS do Algarve onde as famílias podem ser encaminhados para a consulta da UTF.

Nesta página os Técnicos e Famílias ficam a conhecer a Unidade e a forma de se relacionar com ela, assim alguns conceitos sobre intervenção sistémica aplicada a famílias e casais.

A referenciação é realizada através de inscrição on-line, após a recepção do código de acesso, o referenciador poderá inscrever, on-line, a família que encaminha para as consultas de terapia familiar.

Poderá ainda contactar os coordenadores da unidade via e-mail e telefone.

 

4.11- Pagamento

Actualmente não estão a ser aplicadas as taxas moderadoras às famílias que recorrem ao Serviço devido a questões de ordem técnica e administrativa.

4.12 - Formação contínua

Anualmente é elaborado um programa de formação contínua para os profissionais envolvidos na UTF, a apresentar à Administração Regional de Saúde do Algarve.

4.13 – Participação em Supervisão

Os Terapeutas envolvidos e a envolver frequentarão as acções de supervisão promovidas pela Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e outras consideradas de interesse para melhoria da qualidade do seu desempenho.

4.14 - Garantia de Qualidade

A qualidade pauta-se por um conjunto de características de um produto ou serviço que determinam a sua aptidão para a satisfação de uma necessidade, de forma a não provocar insatisfação no cliente.

Assim, tendo em consideração que os cidadãos são cada vez mais exigentes relativamente aos serviços prestados, a proposta é de que a intervenção desenvolvida na UTF seja adequada às necessidades das famílias que recorrerão ao Serviço, pelo que para o conhecimento destas necessidades será importante:

-       Informação do pessoal que tem contacto com as famílias

-       Opiniões e sugestões

-       Livro de reclamações

-       Questionários

A metodologia de marcação de consultas atrás mencionada visará a simplicidade e a desburocratização e a celeridade, traves mestras de um serviço de qualidade, mas em paralelo a equipa implementará a receptividade a críticas e sugestões de melhoria, a abertura à mudança, a ética, a transparência, o rigor, a avaliação e o controlo.

A actividade a desenvolver será normalizada para que todos tenham acesso ao serviço em circunstâncias idênticas.

A qualificação permanente dos terapeutas também é um requisito a atingir para que a qualidade do serviço prestado se mantenha e possa evoluir para melhor.

Como indicadores de qualidade propõe-se a adopção dos seguintes:

-       Grau de satisfação com o prazo da prestação do serviço;

-       Número de encaminhamentos para a consulta;

-       Número de consultas realizadas por mês;

-       Grau de satisfação com o tratamento do processo;

-       Continuidade de prestação do serviço;

-       Atraso médio na prestação do serviço;

-       Grau de satisfação dos referenciadores;

-       Grau de satisfação das famílias;

4.15 - Actividades de investigação - Núcleo de Intervenção e Investigação Familiar de Faro (NIIF-Faro)

No que respeita à área de investigação científica, a UTF poderá participar em estudos de investigação realizados na SPTF, em especial naqueles que são da responsabilidade dos formandos.

Tem ainda como objectivo, e no âmbito do seu trabalho com famílias, elaborar projectos de investigação na área dinâmica familiar e social que de algum modo estimulem a criatividade em terapia familiar e a adopção de modelos de intervenção mais adequados às dificuldades apresentadas pelas famílias. Assim, a UTF dispõe desde já de um fórum temático na sua página da Internet.

Outros projectos de investigação no âmbito da UTF serão implementados tendo em vista a metodologia: investigação, acção e intervenção. Para o efeito foi constituído o NIFF de Faro (Núcleo de Intervenção e Investigação Familiar de Faro, que se baseia numa parceria entre a Administração Regional de Saúde do Algarve, IP e a Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, através da sua Delegação do Sul e Ilhas.

Neste âmbito, a UTF deu início ao acolhimento de Terapeutas Familiares em treino. Paralelamente, ao nível da Universidade do Algarve, também estão a ser acolhidos estudantes do Curso de Enfermagem, com o objectivo de os sensibilizar para a intervenção sistémica com famílias e casais.

4.16- Resultados esperados

Anualmente é emitido um relatório de actividades que retrata o trabalho desenvolvido na Unidade. 

4.17 - Avaliação

Relativamente à avaliação dos serviços prestados considera-se importante que esta aconteça a três níveis:

Avaliação Interna – de acordo com os objectivos definidos será estabelecido um tipo de avaliação que permita a sua monitorização e se necessária a correcção das estratégias de realização;

Avaliação da SPTF – anualmente a Sociedade emite um relatório de avaliação sobre o trabalho desenvolvido na Unidade de Terapia Familiar. A garantia de qualidade do desempenho da UTF passa pela realização da Supervisão, acompanhamento da intervenção desenvolvida e análise dos relatórios de actividade.

Avaliação da ARS – Esta será a entidade que avaliará, em última instância, a actividade da UTF, baseada nos relatórios de execução e no relatório de avaliação da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e sustentados por fichas de avaliação que traduzirão a avaliação dos técnicos que referenciam as famílias e a das próprias famílias, bem como na informação estatística produzida pela equipa de Terapeutas.

4.18 - Calendarização

Trimestralmente é realizado um encontro de seis horas com todos os terapeutas da UTF e com Terapeutas Familiares Supervisores designados pela Direcção da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, os quais farão supervisão Clínica ao trabalho terapêutico.    

As Supervisões possibilitam uma componente prático com co-terapia e supervisão ao vivo e em tempo real.

4.19 – Despesas com Funcionamento e Equipamento

4.19.1 – Despesas com Funcionamento – Supervisão e Equipas Terapêuticas

Os custos da supervisão e a prestação da co-coordenadora da UTF, Terapeuta Alexandra Alexandre, constam de um acordo de cooperação celebrado entre a Administração Regional de Saúde do Algarve e a Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar.

O co-coordenador da UTF, Terapeuta Pedro Teigão possui um contrato de despensa de serviço para esta actividade.

A Terapeuta Raquel Medeiros e os Terapeutas que venham a prestar funções na Unidade, fazem-no ao abrigo de acumulação de funções, desde que tal figura jurídica seja compatível com os Serviços envolvidos.

4.19.2 – Despesas com equipamento

Não existe despesas com equipamento por parte da ARS do Algarve, uma vez que este é propriedade dos coordenadores da unidade.           

Nota final

A criação da UTF pretendeu ser uma mais-valia para o Distrito do Algarve. Mais-valia em tipo de resposta pela sua inovação e pouca experiência prática na região, mas também por constituir em si uma resposta técnica abrangente cuja visão sistémica permitirá no mesmo espaço, e em simultâneo, trabalhar diferentes elementos de uma mesma família.

A existência da consulta familiar permite alargar o leque das respostas existentes no distrito e a sua articulação com as restantes intervenções técnicas permitirá contribuir para um enriquecimento global.

Será de salientar que o apoio da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar a esta iniciativa constitui igualmente, por si só, um engrandecimento técnico dada a sua conceituada prática técnica e científica e a sua superintendência na matéria, contando com profissionais de reconhecimento e mérito a nível nacional e internacional.

A criação da UTF ao desenvolver no Algarve esta prática científica introduz a possibilidade de criação de escola com campos de estágio para novos terapeutas que possam ser portadores da dinâmica necessária à inovação.


 

           

Unidade de Terapia Familiar